O mindfulness é uma técnica cada
vez mais conhecida e apreciada no ocidente. Pode dizer-se até que está na moda.
Esta é uma técnica de meditação muito simples e talvez precisamente pela sua simplicidade
que se torna tão difícil e desafiante. Acredito que o que a torna mais difícil é
precisamente o facto de não estarmos habituados a olhar para dentro de nós. É
muito mais comum fugir das nossas emoções negativas e encontrar algo que nos distraia
da nossa vida.
Ora o mindfulness é precisamente o
oposto, é a consciência permanente. Estar em permanente observação de si mesmo,
das suas emoções e pensamentos, de modo a controlarmos a mente em vez de ser ela
a controlar-nos a nós.
O simples facto de se concentrar na
sua respiração e apreciar os leves movimentos do seu corpo, sentindo o ar que entra
e sai dos pulmões com serenidade, é um exercício de mindfulness.
Recentemente estava a ler um livro
sobre o tema, que sugeria um exercício muito simples, mas muito eficaz para
aumentar a consciência e aquietar a mente, e deu-me uma certa nostalgia pois
foi precisamente com aquele exercício que conheci a meditação e a sua fonte foi
algo completamente improvável, aprendi-a a ver o Dragon Ball.
Por muito estranho que possa parecer,
os japoneses são um povo com uma enorme sensibilidade para estes temas e muitos
dos seus desenhos animados estão cheios dessas subtilezas e ensinamentos, como
a enorme semelhança entre o Reiki e o Kamehameha (que consiste precisamente na
libertação de energia através das mãos em forma de concha).
Naquele episódio específico a
personagem principal estava em apuros, preso pelos pés e de cabeça para baixo
sem saber o que fazer. Decidiu acalmar a mente, começando a ouvir todos os sons
em redor para saber se ainda estava em perigo. Achei aquilo tão giro que
comecei a praticar também, tentando perceber até onde a minha audição conseguia
ir. Ficava longos momentos senta na minha cama (para estranheza da minha mãe) a
ouvir todos os sons em redor da casa, fosse de noite ou dia, e percebi desde aí
como a mente e os pensamentos ficavam mais calmos, dando-me um sentimento de
serenidade.
Aconselho-vos a fazer o mesmo,
tomando consciência de todos os sons, dos sons internos e externos, dos sons
agradáveis e desagradáveis, aceitando tudo o que vem. Permaneçam nesse exercício
durante o tempo que conseguirem e percebam como facilmente a mente “foge” para
a sua tagarelice do costume. É precisamente disso que precisamos nos abstrair
para conseguir apreciar a vida devidamente. Se continuarmos a dar demasiada
atenção a todos as histórias que a mente cria, nunca estamos bem o suficiente, escorrendo-nos
a vida pelos dedos, sem que tomemos consciência disso.
E sim, as aprendizagens podem vir
de qualquer lado, basta estar recetivas a elas. Posso dizer que o meu percurso
começou com o Dragon Ball, tendo oito ou nove anos de idade na altura. Desde
então nunca mais parei, conhecendo outros mestres e outras formas conhecimento,
mas o que importa é começar de alguma forma.
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