quinta-feira, 11 de julho de 2019

Mindfulness


O mindfulness é uma técnica cada vez mais conhecida e apreciada no ocidente. Pode dizer-se até que está na moda. Esta é uma técnica de meditação muito simples e talvez precisamente pela sua simplicidade que se torna tão difícil e desafiante. Acredito que o que a torna mais difícil é precisamente o facto de não estarmos habituados a olhar para dentro de nós. É muito mais comum fugir das nossas emoções negativas e encontrar algo que nos distraia da nossa vida. 

Ora o mindfulness é precisamente o oposto, é a consciência permanente. Estar em permanente observação de si mesmo, das suas emoções e pensamentos, de modo a controlarmos a mente em vez de ser ela a controlar-nos a nós.

O simples facto de se concentrar na sua respiração e apreciar os leves movimentos do seu corpo, sentindo o ar que entra e sai dos pulmões com serenidade, é um exercício de mindfulness. 

Recentemente estava a ler um livro sobre o tema, que sugeria um exercício muito simples, mas muito eficaz para aumentar a consciência e aquietar a mente, e deu-me uma certa nostalgia pois foi precisamente com aquele exercício que conheci a meditação e a sua fonte foi algo completamente improvável, aprendi-a a ver o Dragon Ball. 

Por muito estranho que possa parecer, os japoneses são um povo com uma enorme sensibilidade para estes temas e muitos dos seus desenhos animados estão cheios dessas subtilezas e ensinamentos, como a enorme semelhança entre o Reiki e o Kamehameha (que consiste precisamente na libertação de energia através das mãos em forma de concha).

Naquele episódio específico a personagem principal estava em apuros, preso pelos pés e de cabeça para baixo sem saber o que fazer. Decidiu acalmar a mente, começando a ouvir todos os sons em redor para saber se ainda estava em perigo. Achei aquilo tão giro que comecei a praticar também, tentando perceber até onde a minha audição conseguia ir. Ficava longos momentos senta na minha cama (para estranheza da minha mãe) a ouvir todos os sons em redor da casa, fosse de noite ou dia, e percebi desde aí como a mente e os pensamentos ficavam mais calmos, dando-me um sentimento de serenidade.  

Aconselho-vos a fazer o mesmo, tomando consciência de todos os sons, dos sons internos e externos, dos sons agradáveis e desagradáveis, aceitando tudo o que vem. Permaneçam nesse exercício durante o tempo que conseguirem e percebam como facilmente a mente “foge” para a sua tagarelice do costume. É precisamente disso que precisamos nos abstrair para conseguir apreciar a vida devidamente. Se continuarmos a dar demasiada atenção a todos as histórias que a mente cria, nunca estamos bem o suficiente, escorrendo-nos a vida pelos dedos, sem que tomemos consciência disso. 

E sim, as aprendizagens podem vir de qualquer lado, basta estar recetivas a elas. Posso dizer que o meu percurso começou com o Dragon Ball, tendo oito ou nove anos de idade na altura. Desde então nunca mais parei, conhecendo outros mestres e outras formas conhecimento, mas o que importa é começar de alguma forma.

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